Por: Ivan Leandro
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Duas horas de condução, Trem, metrô e buzão. Todo dia é nóis que tá. Duas horas pra ir e duas pra voltá. Do buzão já falei bastante, Gente que vai, gente que vem. Do metrô fica pra próxima. Mas hoje vou falar do trem. De todos o mais popular, Até lembra um pouco o buzão. Mas no trem é melhor pra sentar, Se faltar banco a gente senta no chão. No metrô, comércio até rola, Mas tem sempre um urubu na cola. Agora o trem não tem pra ninguém. Vende de tudo e de tudo tem. Tem palhacinho ajudando Ong. Gente indo pra perto, gente indo pra longe. Aparelhinho pro celular, Para os arquivos no pen drive guardar. Tem chocolate e amendoim bolinha branca, Também tem cerveja e brinquedinho pra criança. Gente gritando, louvando em nome de Deus. Outros pedindo dinheiro para ajudar os seus. Tem pirulito e pau de selfie, quem aguenta? A moda agora é câmera 360, É só acoplar na lente do seu celular Que suas fotos bem melhores vão ficar. Tem repentista garantindo um trocado, Com suas rimas na hora e seu falar embolado: Olha aqui minha patroa, preste atenção meu patrão. Não estou pedindo esmola, só estou ganhando meu pão. Gente! No trem tem até teatro lá do Brás para o Romano. E também tem poesia recitada pelos mano. No frio tem touca, cachecol e até luva. E garoou!!! Já aparece os guarda-chuva. E além de tudo, é cheio de vantagem. Com os marreteiro é R$3,00 a passagem. Paga pro mano com o bilhete na mão, Que ele vai na catraca e te passa o cartão. Agora, de tudo que eu vejo no trenzão, O mais da hora é o respeito dos irmão. Mesmo cansados depois de um dia de trabalho, A alegria contagia, e um bom humor do caralho... Isso é uma coisa que no metrô nunca vai ter. E o burguês quebra a cabeça mas não consegue entender...
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